sábado, 25 de fevereiro de 2012

De Calouste Gulbenkian a Carlos Cruz

Com todo o respeito que me merece a excelente instituição do mesmo nome, Calouste Gulbenkian, é conhecido, recebia criancinhas num hotel da Avenida de Roma. Nesse tempo em que o país era governado por um senhor honesto, julgado por juízes justos e honestos e vigiado por uma polícia razoável e honesta, sempre que rapazinhos como os rapazinhos da Casa Pia tentavam denunciar os abusos de que eram alvo, arriscavam-se a levar uma carga de porrada da polícia, uma carga de porrada também ela honesta, obviamente.

Foi preciso dobrar o ano 2000, para que o país se livrasse a pouco e pouco dessa gente honesta e os meninos da Casa Pia deixassem de ser ignorados ou agredidos pela autoridade e pelas instituições que supostamente os deveriam proteger. No entanto, a tentativa de manipulação da opinião pública da parte dos poderosos visados no processo da Casa Pia foi impressionante, utilizando a comunicação social com mestria. Lembram-se da entrevista simultânea nos três canais nos jornais das 20h? Não fossem as provas tão esmagadoras, se Carlos Cruz e o seu chauffeur, Carlos Mota (também anteriormente condenado num processo de pedofilia), tivessem sido mais discretos, se não fossem tantos os testemunhos, provavelmente o desfecho teria sido outro. A arma dos poderosos falhou, essa é maior satisfação que me dá este processo. Mas ainda há um longo caminho a percorrer até conseguirmos uma justiça igual para pobres e ricos, para fracos e poderosos.

6 comentários :

João Vasco disse...

Rui,

Não sabia disso a respeito do Calouste Gulbenkian. Onde encontraste essa informação (para saber mais, e quando contar a outros não ter de responder «li num blogue»)?

Ricardo Alves disse...

Rui,
também não sabia disso sobre o Calouste Gulbenkian. É só um «diz-se»?

Rui Curado Silva disse...

Ele vivia no tal hotel. Os empregados e a direção foram testemunhas da entrada e saída de criancinhas, na altura a coisa fazia-se mais às claras e era relativamente tolerada, até porque era o seu melhor cliente.

Um advogado amigo disse-me que havia também umas queixas no registo da polícia que não deram em nada.

Mas isto é conhecido, na altura em que estalou o caso Casa Pia houve revistas que referiram Calouste Gulbenkian. Ainda recentemente ouvi o Louçã, o Marinho Pinto, entre outros, a referir o caso.

Ele morreu há mais de 50 anos, obviamente que o "diz-se" pode ser sempre invocado para o defender.

Maquiavel disse...

A ser verdade, é completamente nojento.

Agora por pedofilia, no tempo da Outra Senhora houve o caso do "Ballet Rose". No fim de contas, o testemunho da puta foi posto de parte, "porque ela näo era de fiar".
Felizmente hoje em dia coisas dessas já näo acontecem. Ah, espera, Lousada... mmm...

Rui Curado Silva disse...

por isso mesmo, por caus ade Lousada e não só, refiro "um longo caminho a percorrer até conseguirmos uma justiça igual para pobres e ricos, para fracos e poderosos."

São Canhões? Sabem mesmo a manteiga... disse...

Diz-se que o bebedor de Ricard Alves dos Reys

tem um respeito pelas mulheres

igual ó Maquia à vela

trata-as todas pelo patronímico