segunda-feira, 14 de março de 2011

Trickle-down economics

Só os links aqui deste blog é que me fazem, e mesmo assim muito esporadicamente, ler as coisas que aparecem escritas no blog "Blasfémias" e nunca consigo deixar de me sentir um bocado embaraçado com as coisas que lá encontro. Há mais de 20 ou 30 anos que a direita americana não cita os autores que eles citam nem defende os argumentos que eles defendem. Alguém lhes devia oferecer uma assinatura do Weekly Standard e o endereço electrónico do Drudge Report... :o)

9 comentários :

São Canhões? Sabem mesmo a manteiga... disse...

respescagens ideológicas e económicas não fazem mal a ninguém

Filipe Castro disse...

Pois não, mas repetir as ladaínhas não aumenta a probabilidade de acontecerem milagres :o) ...e o dinheiro dos ricos não escorre para as classes média e baixa, como eles ainda prometem no Blasfémias. Ao fim de 30 anos o pessoal aqui nos EUA já não se atreve a dizer certas coisas.

Rui Curado Silva disse...

As minhas raras passagens pelo Blasfémias realizam-se no mesmo registo que as tuas, pelas razões que apontas e também pelas bodegas pseudo-científicas que por ali se escrevem de vez em quando.

Ricardo Alves disse...

Filipe,
nem sequer a Sarah Palin?

João Vasco disse...

Filipe,

Nos EUA é o próprio Obama que faz esse discurso.

Na sua negociata para manter os cortes fiscais de Bush, alegou - contra todos os economistas sérios nos EUA - que a manutenção destes cortes beneficiaria a economia e o emprego.
Depois vai fazer cortes orçamentais draconianos nas prestações sociais porque tem de combater o défice...

Obama, nas políticas fiscais, está muito à direita de Reagan, o autor da expressão que dizes que nos EUA ninguém se atreve a usar.

Entre o Obama e o Bush é difícil escolher o pior: o Obama é mais inteligente, menos fundamentalista; mas em compensação é um presidente republicano que se chama a si próprio democrata, o que quer dizer que quando ele faz a sua propaganda republicana (precisamos de mais cortes nas prestações sociais, mais cortes fiscais para os milionários, menos regulamentação financeira, menos regulamentação ambiental, etc..) ela tem a autoridade de vir de um suposto democrata, o que lhe dá muito mais força.

Parece pouco razoável defender as ideias democratas "normais", porque "o próprio Obama" está contra elas. "Até o Obama" reconhece que é preciso cortar na segurança social; "até o Obama" reconhece que não podemos fechar Guantanmo já; "até o Obama" reconhece que não podemos usar os tribunais para julgar esses prisioneiros; "até o Obama" reconhece que não podemos saír mais rápido do Iraque; "até o Obama" reconhece que temos de gastar mais dinheiro e pôr mais tropas no Afeganistão. E por aí fora...

João Vasco disse...

Bom, ao menos os juiízes para o supremo nomeados pelo Obama não são maluquinhos como os nomeados por Bush.

Só por isso, e apenas por isso, é que vale mais a pena o Obama que um republicano. No que diz respeito às políticas, venha o diabo e escolha. Entre políticas republicanas extremas com a aparência de razoáveis, e políticas republicanas ainda mais extremas mas encaradas como divisórias e loucas que são, não sei mesmo qual é o melhor no médio prazo.

Filipe Castro disse...

Concordo que o Obama se revelou um perfeito hipócrita e que devia ter a coragem de se demitir, se de facto o pessoal do partido democrata não lhe dá apoio para implementar as promessas que fez.

Filipe Castro disse...

:o) A Sarah Palin não se mete a falar de economia, porque sabe que o pessoal quer ouvir é insultos aos democratas.

João Vasco disse...

«e que devia ter a coragem de se demitir, se de facto o pessoal do partido democrata não lhe dá apoio para implementar as promessas que fez.»

Muito antes de se demitir, deveria pelo menos LUTAR contra os congressistas democratas que não aceitam as propostas mais razoáveis, pelo menos com 10% do afinco e energia que usa para ESMAGAR aqueles congressistas que revelam alguma espinha dorsal e não querem aceitar os "compromissos" criminosos que Obama propõe.

Ou pelo menos não lutar para fazer "filibuster" a propostas com apoio bipartidário tais como o aumento da transparência na reserva federal, ou a possibilidade do estado negociar os preços com as farmaceuticas, ou comprar certos medicamentos mais baratos ao Canadá. Obama é muito forte a lutar contra aqueles que querem defender a agenda que ele antes tinha prometido...