segunda-feira, 31 de maio de 2010

A luta depois da manif

A CGTP parece ter reunido cerca de 300 mil cidadãos na Avenida da Liberdade, no Sábado (números da organização). Muito bem. E agora? Quais serão as consequências, com greve geral ou sem ela?

7 comentários :

Pedro disse...

Agora a consequência é a continuação da luta até que sejam invertidas estas políticas desastrosas!

É duro, mas a realidade é a seguinte:


a) Vamos ter que sair do euro. A adesão ao euro e o fim duma política monetária e orçamental independentes são as razões mais directas da estagnação económica portuguesa que duram há mais de 8 anos!

b) A saída do euro irá implicar o cancelamento unilateral do pagamento da divida externa, pois um "novo escudo" iria rapidamente desvalorizar-se atirando a dívida externa para patamares inacreditáveis!

c) A saída do euro e o fim do pagamento da dívida externa implicam a nacionalização imediata da banca e do conjunto do sector financeiro. só assim se evitará a fuga de capitais, a especulação financeira e a sabotagem. Também assim garatiremos o acesso ao crédito interno existente.

d) As 3 medidas anteriores prefiguram uma verdadeira revolução. E a revolução é como a história da bicicleta: se não se pedala... caímos!

e)Vamos ter então de nacionalizar os grandes grupos económicos e os principais ramos da produção: o governo terá de assegurar as condições mínimas à existência do nosso povo como o pão, a paz, a saúde, a educação e habitação. Acrescento a fruição cultural.

f) Tudo isto impõe um plano económico, por exemplo, quinquenal(sim: dirigismo).

g) para evitar a corrupção, o desleixo e a incompetência, temos colocar os trabalhadores dessas empresas no comando das mesmas (orientadas para as metas definidas em plano. Há que superar os problemas económicos surgidos numa economia estatizada. Não vejo melhor antídoto...

h) Face às previsíveis represálias da UE teremos de reorientar o nosso comércio externo para as economias emergentes como: Brasil, Índia, China, mas também Venezuela, Bielorrússia, Irão e mesmo tudo o que não simpatize com o chamado "Ocidente". Assim como assim, actualmente já mantemos relações económicas com todos estes países e até mesmo com ditaduras como Israel ou Marrocos, portanto... Terá de ser um caso de "real politik".

i)Tendo escutado o apelo grego, também nós dele faremos (maior) eco: "Peoples of Europe rise up!"

j) Faço notar que tanto Sampaio Bruno como Fernando Pessoa, sabiam bem como Lisboa e Atenas se encontram à mesma latitude...

k) O irrealismo de todo este programa apenas é comparável com o realismo da sua única alternativa: "come e cala". Como poeta de maus versos prefiro obviamente a opção lírica.

Saudações inesianas

Pedro disse...

obviamente as transferência de futebolistas portugueses para clubes estrangeiros será paga ao Estado e em barris de petróleo.

JDC disse...

o Pedro que procura Inês está a brincar não está?

Mesmo que não você não esteja, o problema é que há quem não esteja... A parte do cancelar unilateralmente a dívida externa é simplesmente surreal. Ou então colocar os trabalhadores a comandar as empresas onde trabalham... Sim, tenho uns indivíduos com a 4ª classe que fariam maravilhas na administração da Vulcano...

no name disse...

a brincadeira pode mesmo começar nos números:

"... Isabel Brites, ex-sindicalista da CGTP, e antiga responsável pela contagem de pessoas nos protestos: "Pelo meu cálculo estiveram aqui entre 130 mil e 150 mil pessoas..."

aqui:

http://jornal.publico.pt/noticia/30-05-2010/cgtp-usa-300-mil-na-rua-para-dar-tiro-de-partida-para-greve-geral-19507458.htm

em qualquer caso a pergunta é pertinente. mas parece-me que, e agora, nada.

Pedro disse...

JDC:

Falo muito sério:

Lisboa e Atenas encontram-se na mesma latitude!

Fernando Pessoa já tinha deixado indicações no Horóscopo de Portugal que levantou, sobre o acontecimento funesto que viria a suceder na década de 1980. Hoje não podem restar dúvidas de que esse acontecimento terá sido a integração de Portugal na UE.

Todavia, esta descida aos infernos prefacia o 5º ciclo da vida nacional, o ciclo que corresponde à afirmação do Evangelho português e ao domínio do mundo pelo primado espiritual.

Ou como escreveu o grande profeta:

"E assim, passados os quatro
Tempos do ser que sonhou,
A terra será teatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.

Grécia, Roma, Cristandade,
Europa-- os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião?"


Quanto aos seus trabalhadores com a 4ª classe... venham de lá eles! Piores que os grandes e letrados economistas/gestores/empresários que temos não podem ser.

Ricardo Alves disse...

O «Pedro que procura Inês» é um poeta. E há certos posicionamentos políticos que não se distinguem, hoje em dia, da poesia. Daí o primeiro comentário, quando lido de uma perspectiva puramente política parecer surreal.

Mas, já agora: «a continuação da luta até que sejam invertidas estas políticas desastrosas» significa o quê? A tomada de poder pelos okupas de Lisboa e arredores coligados com os ecologistas radicais? Um governo PCP-BE? Ou a greve geral por tempo indeterminado até ir tudo à falência?

Pedro disse...

Eu, da freakalhada não gosto muito, desconsidero, portanto a possibilidade okupa!

Governo PCP-BE? Eles deveriam ser os primeiros a querê-lo,mas fogem da perspectiva como o diabo da cruz. portanto, também devemos colocar esta hipótese de parte.

Greves gerais por tempo indeterminado também não dá: é preciso produzir. Senão, ao fim dum mês não há comida nos supermercados.

A bem dizer não vejo grande solução e é evidente que daqui a 10 anos seremos (ainda)mais pobres. Aqui e na Europa. Soma isso à depração de recursos, catástrofes ambientais... é melhor talvez começar a imaginar um mundo em que os nossos filhos ou netos vivam comunitariamente do pastoreio de rebanhos e do amanho da terra com ligação wireless ao conjunto do mundo.

Brincadeira?

Havendo a paz, o pão, a saúde e educação... de que mais precisará o povo? De land rovers?