quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades e a ignorância de Vasco Pulido Valente

"De qualquer maneira, a pergunta da PACC em que os professores mais falharam acabou por ser a seguinte: “O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol (para que seria?). Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes. Supondo que o seleccionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar que o número de grupos diferentes de jogadores suplentes (é inferior, superior ou igual) ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos.” Excepto se a palavra “grupo” designar um conceito matemático universalmente conhecido, a pergunta não faz sentido. Grupos de quê? De jogadores de ataque, de médios, de defesas? Grupos dos que jogam no estrangeiro e dos que, por acaso, jogam aqui? Não se sabe e não existe maneira de descobrir ou de responder. O dr. Crato perdeu a cabeça."

Eu admito que não se saiba cálculo combinatório, e que nem toda a gente consiga discorrer que para cada conjunto de titulares corresponde um (e só um) conjunto de suplentes. Mas chamar a isto "estupidez à solta" só porque não consegue resolver revela quanto Vasco Pulido Valente se considera superior ao resto dos mortais. Se Vasco Pulido Valente não domina algo é porque isso não interessa para nada.

Os comentários de Vasco Pulido Valente sobre a questão de cálculo combinatório estão ao nível dos da querida Mallory da saudosa série "Quem Sai aos Seus" (só percetível para pessoas com mais de 35 anos). Dizer que este indivíduo é completamente tapado é um juízo de facto e não de valor. O que me preocupa é que, tal como este, há por aí muitos comentadores à solta, a perorarem sobre a "dívida", e que diriam sobre esta questão exatamente o mesmo que o Vasco disse.

1 comentário :

Anónimo disse...

O que me parece estranho é que estas perguntas foram escolhidas para avaliar professores, mas parecem ter sido pensadas para avaliar alunos. Avaliar professores não passaria por pôr à prova a sua qualidade pedagógica? Como é que esta prova atinge esse objectivo?