quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Revista de blogues (30/1/2013)

  • «(...) Será, assim, natural ouvir em intervenções públicas falar do ministro das finanças alemão como o "aleijadinho" (ele, de facto, anda de cadeira de rodas, não anda?), a António Costa como o "monhé" (ele, de facto, tem origem indiana, não tem?), a Jaime Gama como o "badocha" (ele, de facto, tem uns quilos a mais, não tem?), a Ana Drago como a "pequenota" (ela, de facto, é baixa, não é?), a Mário Soares como o "velhadas" (ele, de facto, já não é jovem, pois não?), a Miguel Vale de Almeida como "larilas" (ele, de facto, assume publicamente a sua homossexualidade e faz da luta pelos direitos LGBT uma parte fundamental do seu combate político, não faz?). Espera-se, no entanto, que o debate público mantenha algumas regras de civilidade. E, sobretudo, que não alimente alguns preconceitos importantes. Arménio Carlos não disse o que disse num café, onde a conversa se pode aligeirar sem problemas. Disse o que disse numa intervenção pública oficial. (...) Se repararmos, Abebe Selassie é o primeiro negro com algum poder real em Portugal. Ou seja, num país razoavelmente multiétnico, o primeiro negro com algum poder só o consegue ter porque esse poder não resultou da vontade dos portugueses. (...) Arménio Carlos não se referiu aos outros dois representantes da troika como "o carequinha" e o "loirinho". E é normal. Carecas e loiros há em muitos cargos semelhantes. Não chega a ser um elemento distintivo. "Escurinhos" é que há poucos. Ou melhor, não há nenhum. Só que essa característica física não é comparável a outras que aqui referi. Ela é causa de uma discriminação muitíssimo mais profunda. (...)» (Daniel Oliveira)

3 comentários :

Unknown disse...

O que eu acho é que não têm nada de ficar melindrados... Se fosse o Paulo Portas a dizer isso era logo acusado de ser fascista e racista!

Maquiavel disse...

"Israel impõe controlo da natalidade a judeus etíopes"
Pela primeira vez, Israel admitiu que tem estado a administrar contracetivos injetáveis para controlo da natalidade a judias etíopes imigrantes, sem o conhecimento prévio ou consentimento das mulheres.
http://expresso.sapo.pt/israel-impoe-controlo-da-natalidade-a-judeus-etiopes=f783115

Mas näo há espiga, que Israel nunca se referiu a eles como "escurinhos".

Anónimo disse...

Outro que não tem tento na língua:

http://expresso.sapo.pt/ulrich-se-os-sem-abrigo-aguentam-porque-e-que-nos-nao-aguentamos=f783682