quarta-feira, 25 de maio de 2011

Paul Krugman apela ao voto no BE ou no PCP

  • «Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade, embora Espanha talvez se aguente. Se quiser ser realista, a Europa tem de se preparar para aceitar uma redução da dívida, o que poderá ser feito através da ajuda das economias mais fortes e de perdões parciais impostos aos credores privados, que terão de se contentar com receber menos em troca de receber alguma coisa. Só que realismo é coisa que não parece abundar.» (Paul Krugman ganhou o Nobel da Economia em 2008).

16 comentários :

Luís Lavoura disse...

Ou no PCTP/MRPP.

Ricardo Alves disse...

Exacto.

Miguel Carvalho disse...

Ricardo,
já tenho visto outras pessoas a tirarem esta conclusão de textos do Krugman, e como tu parecem-me que caem no mesmo erro.

As críticas de Krugman são sempre apontadas à Comissão Europeia, ao BCE e a Merkel, ou seja ao directório europeu. É no contexto destas críticas, que ele defende soluções mais fora do mainstream europeu.
Ele nunca disse que Atenas, Dublin, Lisboa ou Madrid (tudo governos de mãos atadas) deveriam fazer isto ou aquilo.

Ricardo Alves disse...

Miguel,
ele defende que a dívida não seja paga na totalidade. O que me interessa aqui é isso.

no name disse...

eu estou de acordo com o miguel: o que o krugman sugere repetidamente é que a UE deveria funcionar como os EU, uma união política e monetária sem entraves na emissão de eurobonds ou emissão de moeda. que eu saiba não o vi defender que grécia, irlanda ou portugal decidam unilateralmente não pagar a dívida (pelo menos não sem que isso implique uma saída do euro, o que é um jogo completamente diferente).

Ricardo Alves disse...

E eu não vi ninguém, com a possível excepção do Garcia Pereira, defender que não paguemos a dívida unilateralmente.

no name disse...

mas então, como estou farto de dizer, se não é para decidir unilateralmente, se não é para sair do euro, se é preciso apoio institucional europeu, a re-estruturação da dívida não é um programa de governo para portugal --- é um programa de uma profunda reforma a nível europeu que acho muito bem que se discuta, pese embora tenhas muitas dúvidas da sua exequibilidade a curto prazo, mas que certamente depende de dezenas de outros estados para além do nosso! o discurso eleitoral do "não pagamos" é pura e simplesmente demagógico!

Miguel Madeira disse...

"mas então, como estou farto de dizer, se não é para decidir unilateralmente, se não é para sair do euro, se é preciso apoio institucional europeu, a re-estruturação da dívida não é um programa de governo para portugal "

Mas como na prática a politica europeia é decidida pelos vários governos europeus (não pelo Parlamento Europeu), o lugar mais apropriada para a discutir acaba por ser mesmo as eleições nacionais.

Miguel Madeira disse...

"Ele nunca disse que Atenas, Dublin, Lisboa ou Madrid (tudo governos de mãos atadas) deveriam fazer isto ou aquilo."

Lendo este texto não me dá essa ideia. Ele efectivamente apresenta como melhor solução uma politica económica comum europeia, mas as outras alternativas que ele apresenta caso isso não seja possivel (incluindo "reestreturação da dívida" e "Argentina") parecem-me ser unilaterais.

Miguel Carvalho disse...

Miguel,

eu tenho literalmente todos os textos do Krugman sobre a crise do Euro, e ele faz sempre uma análise macroeconómica - criticando a austeridade, a rigidez do Euro, etc. A diferença entre um default decidido em conjunto com o directório, ou unilateralmente, é maioritariamente política (sendo obviamente o segundo mais delicado) - e ele por esses águas nunca se meteu.

Miguel Carvalho disse...

Isto levanta uma questão mais interessante, que não foi levantada em lugar algum: o que defenderia o PS se não tivesse no governo?

Ricardo Alves disse...

Miguel,
faz um post a responder a essa pergunta.

Ricardo Alves disse...

Schiappa,
o Miguel Madeira já te respondeu: a política da UE é efectivamente decidida no Conselho europeu pelos governos dos Estados. E portanto as legislativas são o momento correcto para exigir um governo português que intervenha no sentido de alterar a posição portuguesa na UE.

Maquiavel disse...

Nos tempos que correm já se é "revolucionário" apenas por advogar emissäo de "obrigaçöes do Euro" pelo BCE!

Tudo bem, chegaremos *muito em breve* à conclusäo de que sem elas os credores väo ao ar porque haveräo difotes sucessivos. E como o que interessa é salvar os bancos... há males que vêm por bem!

Um Euro sem política económica conjunta é quase como o dinar jugoslavo...
... haviam 6 Bancos Centrais, cada um por si. Mas pelos (que eu saiba) era só o BC jugoslavo que emitia dívida soberana... e näo emitia ele pouca!

Lembram-se o que é que aconteceu quando o dinar jugoslavo entrou em crise? Por volta de 1985. Pois é, as "tensöes étnicas" nunca aparecem em tempo de fartura, é sempre em tempo de crise, porque será (pergunta retórica)?

no name disse...

ricardo e miguel: acontece que essa negociação entre portugal e a UE já aconteceu. foi antes do chumbo do PEC4. convém não esquecer a cronologia dos eventos! o que pedem agora? que se repita??

mas mesmo que isso não tivesse acontecido, propor uma negociação junto da UE é uma proposta, não é um programa: um programa deve saber como agir se essa negociação não resultar. e, nesse aspecto, não vejo nem uma proposta alternativa.

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

sim são partidos muito mais económicos nas luvas e com clientelas mais pequerruchinhas

no caso do PS atingir a mirífica soma de 30 e tal por cento lá para 2012 o BE pode ser o futuro CDS

dos submarinos

daqui a um ano há mais

apesar de para a generalidade haver menos

bote BE em 2012 e guarde o boto na gavete