quarta-feira, 27 de abril de 2011

Revista de blogues (27/4/2011)

  • «(...) Qu’on ne s’y trompe pas alors. Hijab, niqab : même combat. Réduire leur port à une liberté vestimentaire -je suis libre de le porter comme tu es libre de porter des chaussettes rayées- c’est nier le message fort qu’ils portent, le poison qu’ils véhiculent : le corps de la femme est le territoire de l’homme. (...)La fonction du hijab est de dissimuler une chevelure féminine susceptible de réveiller l’instinct incontrôlable du mâle, supposé sexuellement instable. Ce tissu relève moins d’une relation verticale, transcendantale, entre la femme et Dieu que d’un rapport horizontal, profane, terrien, entre la femme et l’homme. Il ne s’agit pas ici de quelques individus isolés mais de rapports sociaux qui nous transcendent. Alors, présenté comme le choix personnel de certaines, le hijab concerne inéluctablement toutes les femmes.
    Le hijab est l’emblème de la soumission sociale à l’homme. C’est bien de l’homme avec un petit h qu’il s’agit, son regard, son désir, sa volonté. C’est en réponse à cela, à la « nature » masculine que la femme se voile. D’où le paradoxe de la liberté. Aussi libre et personnel soit-il, se voiler est un choix liberticide et en totale contradiction avec l’autonomie féminine. Le niqab vient renchérir. Plus qu’une soumission à l’homme, il est la déclinaison vestimentaire de la négation de soi. Un acte d’aliénation féminine. Une auto-humiliation que certaines s’infligent alors que d’autres aspirent à la dignité, à une société égalitaire et une citoyenneté sans frontières sexuelles.» (Ons Bouali)

4 comentários :

Luís Lavoura disse...

O autor (ou autora) deste texto vê mensagens políticas onde elas podem não existir. Tal como uma minissaia pode ser uma mensagem política a favor da libertação da mulher mas também pode ser apenas uma saia própria para as altas temperaturas do Verão... As mulheres andarem cobertas é tradicional em muitos países muçulmanos, e não só, e muitas mulheres que andam com tais trajes tradicionais não devem pensar em transmitir quaisquer mensagens através deles, coitadas.

Pergunto: se o niqab e o hijab são proibidos, também serão proibidos, por exemplo, aqueles saris coloridos que cobrem a cabeça que as mulheres do Bangladeche usam?

Ricardo Alves disse...

Luís Lavoura,
não se pode ignorar que há organizações religiosas e políticas (e que não distinguem as duas coisas) que defendem a obrigatoriedade dos véus. E que há países onde as mulheres que saem à rua sem véu são espancadas (Irão ou Arábia Saudita). As comparações com mini-saias e saris ficam sempre coxas: não há nenhum país onde as mulheres sejam espancadas por não usarem mini-saia, ou em que haja partidos políticos a defenderem a obrigatoriedade das mini-saias (ou dos saris).

Luís Lavoura disse...

Ricardo Alves,

é verdade que existem organizações político-religiosas que impõem a obrigatoriedade de as mulheres cobrirem a cabeça de determinada forma.

Mas isso não impede que possa haver, e de facto haja mesmo, mulheres que cobrem a cabeça de sua livre vontade, sem o fazerem com quaisquer intuitos de transmitir qualquer mensagem político-religiosa.

Parece-me pois errado dizer que uma mulher que cobre a cabeça transporta necessariamente uma mensagem, e que essa mensagem seja que "o corpo da mulher é território do homem". Muitas mulheres que cobrem a cabeça não pensam, certamente, dessa forma.

Ricardo Alves disse...

Luís Lavoura,
as mulheres que cobrem a cabeça com um véu islâmico, numa sociedade de maioria islâmica, só não saberão o seu significado e a mensagem que transportam se forem completamente burras. Todos lhes gritam a mensagem: os imãs em primeiro lugar, também as TV´s do Golfo, os políticos, a família e os vizinhos. Elas sabem perfeitamente o que significa. Não insista em tornar isto numa situação abstracta que não é.