terça-feira, 6 de outubro de 2009

Viva a República! (dos blogues)

  1. «A Revolução de 1820, o 5 de Outubro de 1910 e o 25 de Abril são os marcos históricos da liberdade, em Portugal. Foram momentos que nos redimiram da monarquia absoluta e da dinastia de Bragança; são as datas que honram e dão alento para encarar o futuro e fazer acreditar na determinação e patriotismo dos portugueses. Comemorar a República é prestar homenagem aos cidadãos que não quiseram mais ser vassalos. O 5 de Outubro de 1910 não se limitou a mudar de regime, trouxe um ideário libertador que as forças conservadoras tudo fizeram para boicotar.
    Com a monarquia caíram os privilégios da nobreza, o imenso poderio da Igreja católica e os títulos nobiliárquicos. Ao poder hereditário e vitalício sucedeu o escrutínio do voto; aos registos paroquiais do baptismo, o Registo Civil obrigatório; ao direito divino, a vontade popular; à indissolubilidade do matrimónio, o direito ao divórcio; à conivência entre o trono e o altar, a separação da Igreja e do Estado.» (Diário Ateísta)

  2. «(...) na génese de todos os regimes republicanos há uma lógica de valor inestimável e que faz debelar qualquer esforço de cotejo com as monarquias, sejam estas as da Europa do Norte ou as de Cuba e da Coreia do Norte: o princípio republicano ensina-nos que ninguém deve adquirir nem manter de modo vitalício um cargo, posição ou direito pessoal, pelo mero facto do nascimento. Ninguém se pode tornar na primeira figura de um País por simples via urinária mas sim pelo seu mérito, pelo seu engenho e pelo reconhecimento dos seus concidadãos.
    Com todos os seus múltiplos desvios (que são bem conhecidos) isto basta para que eu prefira a República a todas as demais alternativas em que o mérito e o prestígio são institucionalmente herdados e não alcançados por merecimento pessoal.
    » (Blasfémias)

  3. «A República trouxe a separação entre Estado e Igreja, laicizou e promoveu o ensino em todos os níveis e para todos os extractos sociais, deu direitos civis iguais a homens e mulheres, despenalizou o aborto e a homossexualidade e, sobretudo, aboliu os privilégios, fiscais e outros, atribuídos na base do nascimento.

    Mas ainda falta República. Graças a uma revolução de mentalidades que continua por fazer, visível quer na naturalidade como os portugueses olham para o fenómeno crescente da apropriação rentista de recursos públicos, quer na promovida veneração de bem nascidos independentemente do seus méritos, a aristocracia monárquica foi substituída por uma aristocracia republicana que, embora com privilégios diferentes, continua a tê-los efectivamente e a poder transmiti-los de geração em geração.
    » (O País do Burro)

4 comentários :

Anónimo disse...

"Com a monarquia caíram os privilégios da nobreza"... Realmente foi com a Monarquia Constitucional que os privilegios da nobreza começaram a cair, que começou a separação entre a Igreja e o Estado, que se criou o casamento (e o registo) civil, etc

Ricardo Alves disse...

Anónimo,
não houve separação entre Estado e igreja antes de 1910, houve limitação das prerrogativas das ordens religiosas (aliás, havia uma religião oficial); como o registo civil estava limitado aos casamentos (e tinha obstáculos que o inviabilizavam na prática); e os privilégios continuavam (desde logo, na chefia do Estado).

anti-ateismo disse...

Estupidez ou ignorancia:

Cuba e Coreia do Norte não são monarquias, mas sim republicas.

A Coreia do Norte é, até, uma república hereditária.

A cada nabo!!!

Ricardo Alves disse...

«Cuba e Coreia do Norte não são monarquias, mas sim republicas»

São regimes que merecem o meu profundo repúdio, e que considero tão republicanos como a «república» islâmica do Irão.