quarta-feira, 27 de maio de 2009

Exactamente o que eu disse

Sobre a remodelação da Praça do Comércio, escrevi: «não entendo qual a relação entre a remodelação apresentada da Praça e a celebração do centenário da implantação da República. Insiste-se na temática dos «descobrimentos», com rotas de navegação do século 16 desenhadas no chão. (...) Para quando a ruptura com a cultura política que insiste no Afonso Henriques, no Vasco da Gama e no Nun´Álvares?». Agora, comenta-se, lá para a Ordem dos Arquitectos: «Quanto às linhas se prevê que venham a ornamentar os passeios junto às arcadas, inspiradas nas antigas cartas de marear, lembram a Carrilho da Graça “os tempos do fascismo e a exposição do mundo português”». Ora, exactamente.

Quanto à redução da área para circulação automóvel, a necessidade de árvores e a desnecessidade de degraus junto ao rio, parece que estamos (quase) todos de acordo.

6 comentários :

Jorge Santos disse...

Acho muito mau o novo projecto do Terreiro do Paço.
Estão a limpar a Lisboa dos seus vestígios iluministas pombalinos e a recuperar o passado semi-medieval dos descobrimentos, que por muito glorioso que tenha sido (e foi evideentemente), não deve muito ao urbanismo.
O Terreiro do Paço é Pombal desde 1755, e que sempre seja Pombal.

Ricardo Alves disse...

O novo projecto tem alguns aspectos bons - como o aumento da área pedonal à custa das vias laterais, que estão enormes para o trânsito que escoam. O «levantamento» da placa central e o «caminho de pedra» são péssimas ideias. Mas a insistência no raio da «epopeia dos descobrimentos», para além de repetitiva, começa a ser anacrónica. A Praça é pombalina...

Anónimo disse...

Em relação às árvores, a entrevista do arq. Bruno Soares convenceu-me...


Em relação aos temas dos Descobrimentos, concordo. Nem é pelo Estado Novo nem nada mas simplesmente porque já se generalizou tanto e já foi tão explorado que obscura o resto da história de Portugal... Especialmente a mais recente.

Já agora, quantos monumentos ao 25 de Abril é que há? Não falo de ruas nem praças, que há aos pontapés. Para além daquela pequena amostra ao cimo do Parque Eduardo Sétimo e do rebaptismo da ponte, que outras obras existem?

Ricardo Alves disse...

Monumentos ao 25 de Abril, há um em Lisboa ali para os lados do Beato. Conheço outro à entrada de Grândola. Em todos os casos, não se trata de monumentos, digamos, ambiciosos...

zé gato disse...

"Já agora, quantos monumentos ao 25 de Abril é que há? Não falo de ruas nem praças, que há aos pontapés. Para além daquela pequena amostra ao cimo do Parque Eduardo Sétimo e do rebaptismo da ponte, que outras obras existem?"

digite "monumento ao 25 de abril" no google e vai ver que aparecem uns quantos. e depois de ver a qualidade estética das obras, acho que já há até monumentos de mais.

Anónimo disse...

Caro zé gato,

Apareceram só três. O do Largo do Carmo, o do Parque Eduardo VII e o arco de S. Bento na Praça de Espanha que acho que nem sequer conta.

E se a qualidade estética das obras é má, então isso quer dizer que devia haver mais e melhores.