segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ser republicano

Há muitos monárquicos que o são apenas por embirração com o período de 1910 a 1926. Tem a ver com hereditariedades (o avô que achava que era aristocrata) ou clericalismo (quem toca na ICAR, nem que seja com uma flor, põe em causa o equilíbrio cósmico!). Outros terão razões de princípio.

Ser republicano deveria ser independente do melhor ou pior juízo que se faça das atribulações da 1ª República (e quem isto escreve, acha que Afonso Costa pode ter sido o melhor primeiro ministro do século 20).

Afinal, uma diferença fundamental entre ser republicano e monárquico é que, para nós, o que interessa é o futuro.

11 comentários :

dorean paxorales disse...

A tua definição de monárquico é um bocadinho redutora, n'est-ce pas?

Quanto ao resto, eu diria mesmo mais: ser republicano implica saltar por cima da primeira república. Só assim se pode olhar para o futuro.

Abraço,
DP

Ricardo Alves disse...

Dorean,
acho que tens que ler com mais atenção. Eu não arrisquei nenhuma definição de monarquia. Limitei-me a salientar algumas razões pelas quais alguns monárquicos o são.

E não é necessário «saltar por cima» da 1ª República para ser republicano.

Percebeste tudo mal ou é embirração? ;)

dorean paxorales disse...

No worries. Mas imploro a tua compreensão: qualquer referência ao Costa faz-me sempre saltar a peruca :). E isto apesar de um avô que era tão mata-frades que até mandou pintar a verde-rubra na fachada da casa.

Zeca Portuga disse...

A república é o mais vil regime. Pasto fértil de políticos velhacos e de politicas impostoras iníquas e impúdicas. República e banditismo generalizado são sinónimos objectivamente práticos.

Não basta passar por cima do verme Costa, porque temos Salazar a seguir, ou o paneleirote sócrates, hoje (a bosta é a mesma!).

Na verdade, desculpar esses vermes indecentes e asquerosos que alimentaram o bandoleirismo, os assassinos e ladrões da primeira república, é um acto de grande ousadia!!!

Pedro Fontela disse...

Ricardo,

Definir as coisas de forma tão vaga apenas serve para criar duas etiquetas de aplicação facil mas sem significado real. Uma monarquia não precisa de ser hereditária nem clerical nem uma Republica nos garante necessariamente qualquer justiça social ou política.

Ricardo Alves disse...

Zeca Portuga,
já lhe disse que este blogue não é uma igreja. Portanto, comporte-se de forma educada. Persisto em pensar que até um católico praticante será capaz disso...

Ricardo Alves disse...

Dorean,
a tua resposta reflexa é exactamente o exemplo daquilo que queria criticar: há pessoas que são monárquicas unicamente por oposição a uma imagem (distorcida) que lhes deram do período histórico de 1910 a 1926 em geral (e do Afonso Costa em particular).

Ricardo Alves disse...

Pedro,
eu limitei-me a constatar uma situação de facto. A República não garante justiça social, evidentemente (também, nada garante).

De qualquer modo, vou explicar-me melhor.

Zeca Portuga disse...

Ricardo Alves disse...
"já lhe disse que este blogue não é uma igreja."

Ah pois não1
Nas Igrejas só há gente decente...
veja como até você notou!!!!

Ricardo Alves disse...

«Zeca Portuga»,
note os seguintes factos:
1) a linguagem que utiliza;
2) O facto de estar anónimo.

E mais não digo.

Zeca Portuga disse...

1 – A linguagem que uso está à medida da monstruosidade dos agentes comentados. Eu sei que peca por defeito, mas isto não é um campeonato.

È claro que as asneiras, a ladroagem e os instintos sanguinários dos políticos não são exclusivos bandoleiros da primeira república. Outros vermes de igual quilate viveram no tempo da monarquia – um sanguinário Pombal ou um pirata Aguiar, não foram muitos melhores do que o Costa da primeira república.
A diferença é que, no presente, de forma nojenta, temos esses bandidos por heróis… assim se galardoa o que há de mais vil e horrendo na sociedade.

Ora, se rotulamos um Salazar por bandido, se temos que o proscrever da História, porque razão não são tratados de igual forma aqueles que ainda foram piores do que ele?
A isto chama-se justiça republicana! (É contra essa hipocrisia que me apetece lutar!)

2 – Sou anónimo!?
Nem por isso!
Uso um “nick name” como a generalidade dos bloguistas. É uma prática corrente e nada tem de condenável. Assim o fizeram, desde sempre, muitas pessoas conhecidas, e não foram por isso condenadas, nem tinham que ser.

Por que razão muitos não usam um nome verdadeiro?
Porque, na prática da cidadania concreta, a distancia que vai da utopia à verdadeira realidade é incomensurável; porque a liberdade é uma miragem; porque a vivemos na mais hipócrita e farsante sociedade; porque a justiça é uma espécie de neblina que encobre a mais mafiosa e conspurcada falência dos valores e da verdade; porque há intocáveis; porque vivemos num tempo infame onde qualquer larva invoca direitos das minorias para se sobrepor a milhões; porque a estupidez institucionalizada é aviltante…

Hoje, qualquer fedelho badalhoco e nojento, completamente ignóbil e ignorante, se apraz em expedir um amontoado de alarvidades sem que haja um freio que o coloque no seu lugar. Qualquer canalhita a quem deram um canudo (alguns, pasme-se com esta miséria, passaram até para a docência), já se acha um Homem, quando na verdade não passa de um infantil e abjecto delinquente – é a moda: quanto mais estúpido e absurdo, mais moderno!

Nota: Este último parágrafo não tem por alvo os “proprietários” deste blog. Visa a média da blogosfera, onde, infelizmente, se podem incluir algumas das práticas aqui defendidas.