quarta-feira, 30 de maio de 2007

A superfície e o fundo

De facto, é divertido ver as pessoas que acreditam num mundo simples, a preto e branco, feito por milagre por um fazedor de mundos que eles não explicam de onde vem (se todas as coisas tem uma causa, qual é a causa de deus?), chamarem-nos broncos a nós, que vivemos num mundo complexo, excitante e cheio de perguntas e de mistérios para os quais não temos respostas.

Estas pessoas lembram-me sempre uma história deliciosa que ouvi há muitos anos. Acho que já a escrevi no meu blog.

Acho que era assim: o avô de um amigo meu tinha um amigo que era catedrático de medicina e ia para a universidade quando avistou, no Campo de Santana, um senhor a vender banha da cobra com um mapa do corpo humano feito à mão e cheio de aneiras. O professor parou e estava a ouvir as explicações do vendedor com um sorriso quando o vendedor baixou o ponteiro, revirou os olhos, e exclamou desdenhoso: “Estou a ver entre a assistência o riso alvar da ignorância!”

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