domingo, 25 de fevereiro de 2007

Revista de blogues de esquerda (25/2/2007)

  1. «(...) não pude deixar de me lembrar do supra referido ensaio de Arendt baseado no Anti-semitismo quando tomei conhecimento do escândalo denunciado pelo correspondente do diário francês Libération em Bruxelas. Sucede que Maciej Giertych, deputado europeu eleito pelo (e membro directivo do) Partido das Famílias Polacas (como já variadíssmas vezes foi aqui referido no Devaneios, trata-se de um partido de extrema direita em pleno Governo da Polónia) resolveu lançar, escandalosamente apoiado com subvenções do Parlamento Europeu, um livro onde faz, sem pudores, a apologia do Anti semitismo. Semelhante professor universitário (???) das hostes mais extremistas do poder polaco fala-nos da impossibilidade de cohabitarem a "civilização europeia e a judaica" em plena Europa. Explica-nos detalhadamente como os judeus preferem eles mesmos viver em ghettos ("Hitler apenas os forçou"), regendo-se pelas suas próprias regras e assegurando a devida distância "de todos nós". Como se não bastasse, Maciej Giertych assegura-nos ainda que "embora não sendo uma raça diferente, o desejo de viverem separados nas suas próprias comunidades tornou-os biologicamente diferentes".» («anti-semitismo subvencionado», no Devaneios Desintéricos.)
  2. «No Diário de Notícias de domingo, é-nos apresentada uma série de licenciados no desemprego ou que vivem de biscates. (...) Olhando para o perfil dos licenciados em questão, vê-se que todos eles têm algo em comum. O quê? Não o terem estudado numa universidade privada: a maioria dos seleccionados até estudou no sector público. (...) O que têm todos em comum? Muito simples: são “de letras” no secundário. Não estudaram matemática a partir do 10º ano. E agora deu nisto que se vê. É essa a característica básica do desempregado licenciado. Anos e anos de tolerância com o desinteresse e as más notas pela matemática deram nisto. Mais do que um “Plano Nacional de Leitura”, do que Portugal precisa urgentemente é de um “Plano Nacional de Matemática”. Que poderia começar pela obrigatoriedade da frequência desta disciplina até ao 12º ano, qualquer que fosse o “agrupamento” de opção escolhido.» («Quando as letras não pagam as expectativas», n´o Avesso do Avesso.)

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