domingo, 24 de dezembro de 2006

O “milagre” chileno

As discussões sobre o Chile e o Pinochet são sempre um bocado como as discussões entre médicos e homeopatas, astrónomos e astrólogos, etc.

A maioria das pessoas esquece-se que os economistas neo-liberais acreditam na doutrina económica neo-liberal com a mesma fé com que os astrólogos acreditam na astrologia, e os homeopatas na homeopatia. Isto não são coisas para serem levadas muito a sério.

E a história do “milagre” chileno (e agora também do “milagre” irlandês) devia ser melhor explicada: se o Bill Gates entrasse no 44, entre o Rossio e o aeroporto, o rendimento médio dos utentes da Carris aumentava muitas vezes.

Mas acho importante clarificar que defender Pinochet é defender o assassinato de políticos democraticamente eleitos e de dirigentes sindicais, o fuzilamento arbitrário de milhares de cidadãos em estádios de futebol, a prisão, tortura e execução de seres humanos por delito de opinião, as valas comuns, os milhares de cidadãos desaparecidos e a injustiça social mais flagrante.

Talvez se os fans de Pinochet vissem "Missing", o excelente filme de Kosta Gavras? Penso que não. Como se diz no Magreb: "A minha opinião está formada; não me venham agora baralhar com factos!"

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