quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Para acabar de vez com as teorias de conspiração

A refutação mais sistemática das teorias de conspiração sobre o 11 de Setembro está na última Skeptic:

  • Sobre a alegação de que as torres do WTC foram implodidas com explosivos: «Carefully review footage of the collapses, and you will find that the parts of the buildings above the plane impact points begin falling first, while the lower parts of the buildings are initially stationary».
  • Sobre a alegada «queda vertical» das torres: «footage of the collapse of the South Tower, or Building 2 reveals that the tower did not fall straight down, as the North Tower and buildings leveled by controlled demolitions typically fall».
  • Sobre a queda do edifício 7: «the fires burning in WTC 7 were extremely extensive (...) Emergency response workers at Ground Zero realized that extensive damage to the lower south section of WTC 7 would cause collapse».
  • Sobre o Pentágono: «I saw the marks of the plane wing on the face of the building. I picked up parts of the plane with the airline markings on them. I held in my hand the tail section of the plane, and I found the black box».
  • Sobre o voo 93: «the engine was found only 300 yards from the main crash site, and its location was consistent with the direction in which the plane had been traveling».

Entretanto, também já existem teorias de conspiração sobre o 7 de Julho:

  • «He recently finished making 7/7: mind the gap, a film in which he suggests that, given the late running of trains on that fateful day last year, the four bombers could not have blown themselves up in London at the times claimed. He also believes that the closed-circuit TV image of the four men entering Luton Station is a "Photoshop job - a forgery, and a bad one at that". He goes so far as to argue that those who forged the photo did it badly in order to send a signal to the rest of us. "This could be elements in the New World Order saying, 'Look, we're sick of lying. We've had enough.

O que me fascina neste fenómeno é a sua universalidade: lembra-me, irresistivelmente, aquelas pessoas que nunca precisaram de indícios para terem a «certeza» de que Sá Carneiro tinha sido vítima de uma conspiração para o assassinar; ou então, as que ainda hoje se recusam a acreditar que Kennedy foi assassinado por um louco isolado. Existe algo de comum em todas estas situações: a) foram acontecimentos violentos e inesperados; b) alteraram o rumo em que seguia a vida política; c) deixaram desconcertados movimentos sociais significativos. Aparentemente, as teorias de conspiração resultam de uma dificuldade cognitiva de adequação a mudanças, e são uma tentativa de as racionalizar. Acontecimentos para além da nossa compreensão dever-se-ão a uma «ordem oculta»...

12 comentários :

no name disse...

não sendo um defensor da generalidade das teorias de conspiração e, certamente, achando rídicula a teoria de conspiração apresentada para 7/7 ou comentários sobre ordens ocultas, devo no entanto salientar o seguinte: se existem "teorias de conspiração" que fazem perguntas físicamente possíveis e minimamente razoáveis, o mínimo que se deve fazer é responder a essas questões de forma cabal.

nesse sentido, aprecio bastante que a revista skeptic se tenha dado ao trabalho de fazer a análise de uma série dessas questões sobre o 9/11.

no entanto, gostava de deixar uma questão: aqueles que em 1933 questionaram a versão oficial do fogo em Reichstag estavam a actuar como "doidos da teoria da conspiração"? e aqueles que se questionaram sobre a "surpresa" do ataque a pearl harbour? ou aqueles que se dedicaram a estudar os múltiplos contornos da operação gládio, seriam todos "doidos da teoria da conspiração"? e muitos outros casos semelhantes...

o ponto, claro, tem simplesmente a ver com rigor de análise e uso de métodos científicos. se existem perguntas estranhas por responder, há que as fazer e há que as responder antes de tirar conclusões percipitadas. se alguém pergunta se houve demolição controlada no WTC, e se apresenta factos físicamente credíveis sobre essa possibilidade, então: (a) deve ser feita uma análise séria antes de tirar conclusões "conspirativas"; e também (b) deve ser feita uma análise séria antes de rotular os inquisidores de "loucos conspirativos". se houve, então muito bem, vamos compreender o que estaria por detrás disso, se não houve, pois não se fala mais nisso. mas, nem de um lado, nem do outro, devemos ser rápidos a tirar conclusões conspirativas, ou a colocar rótulos de "loucos conspirativos". antes, devemos tentar avaliar sobre a razoabilidade das questões levantadas e sobre as suas possíveis respostas, com rigor e método científico!

Klatuu o embuçado disse...

Não se espante. O fenómeno está classificado pelas Agências de Informação e não é arbitrário nem ingénuo.: chama-se «desinformação».

João Vasco disse...

Mas a história do Kennedy é diferente: os indícios de que o outro não era o único atirador foram suficientemente credíveis para que o tribunal declarasse tal como provado.

Comparar isso às restantes patéticas teorias da conspiração não faz sentido.

Ricardo Alves disse...

«Mas a história do Kennedy é diferente: os indícios de que o outro não era o único atirador foram suficientemente credíveis para que o tribunal declarasse tal como provado.»

Tens a certeza disso?

Ricardo Alves disse...

ricardo,
parece-me que o artigo da skeptic arruma com quaisquer dúvidas que houvesse...

Anónimo disse...

Estou completamente de acordo, mas também acabo por ir ter a alguns episódios em particular:

1 - Pearl Harbour foi forjado? (Os aaviões foram pintados com uma bola vermelha?)

2 - Provou-se que a queda do avião em Camarate foi um acidente?

(Está provado que a Alemanha inventou uma agressão francesa para lhe declarar guerra em 1914, certo?)

Ricardo Alves disse...

Jordão,

1. O papel dos Extra-Terrestres em Pearl Harbour tem sido subestimado.

2. Não se provou que tivesse sido atentado, o que é diferente.

no name disse...

ricardo,

ainda não tive tempo de ler o artigo da skeptic até ao final, mas sim, diria que vai nesse sentido. o meu exemplo, no meu comentário, não era no sentido de dizer que restavam dúvidas nesse ponto, era meramente ilustrativo para tentar passar a mensagem que não devemos por todas as "teorias de conspiração" no mesmo pote. algumas são rídiculas, outras devem ser investigadas com rigor científico.

de qualquer forma, só em tom de provocação, deixo aqui um video do dono do wtc 7, admitindo que o fez cair de propósito:

http://video.google.com/videoplay?docid=-7750532340306101329

e agora? :-)

no name disse...

jordão,

a questão de pearl harbour é diferente. durante décadas a versão oficial sustentou que se tratou de um ataque surpresa, e que nada podia ter sido feito para o evitar.

acontece que documentos oficiais secretos na américa se tornam públicos ao final de 50 anos. sabe-se agora (irónicamente, de fontes oficiais americanas que "libertaram" os documentos originais) que de facto essa versão era falsa: o ataque era esperado, não foi surpresa. tratou-se de um fenómeno LIHOP: "let it happen on purpose".

Filipe Moura disse...

Nem mais. O atigo da skeptic é muito útil (por isso o linquei), mas as questões que eram levantadas - com bases científicas - eram muito válidas, e não se podia rotular ninguém de "louco conspirador" só por as levantar. Se lermos os logues da direita (principalmente o da "Causa Obreira", claro), era isto que sucedia!

Ricardo Alves disse...

Ricardo,
o que o tipo diz nesse vídeo é que os bombeiros «tinham perdido muitas vidas», «não conseguiam controlar o fogo», e que por isso «they made the decision to pull».
O termo é ambíguo, pelo que conheço do inglês norte-americano: pode querer dizer «abandonar o local» ou «destruir o edifício».
A segunda decisão até pode ser racional quando se está a tentar combater um incêndio e o edifício já sofreu demasiados danos ou não se consegue avançar...
Não percebo o que tem isto que ver com teorias de conspiração.

no name disse...

ricardo, o link para o video era uma piada!! dah!! :-)

(de qualquer forma, a segunda decisão não é concretizável em tempo real: alguma vez viste bombeiros a correr para dentro de um edifício em chamas, transportando explosivos?)